terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Bob Mould - District Line

5/10
Anti
2008
www.bobmould.com



O nova-iorquino Bob Mould fez nome como frontman dos Hüsker Dü, seminal colectivo do pós-punk americano da década de oitenta e, desde a dissolução do projecto, esteve ainda envolvido nas fundações dos Sugar (entretanto extintos) e em edições regulares em nome próprio. Esse percurso individual conheceu três fases: uma primeira, de natural e vigorosa descendência rock dos Hüsker Dü, a que se seguiram, numa segunda etapa, breves incursões pela música experimental e electrónica (o álbum Modulate, de 2002 é o paradigma dessa mudança), para, num terceiro acto, se registar o reencontro com a persona dominante do seu conceito musical, o rocker pensativo e eléctrico. Depois de Body of Song, de há três anos, ter recuperado esses confortos antigos, District Line é a continuidade lógica de um processo que, trazendo o músico/compositor ao seu habitat ingénito, acaba também por expô-lo ao risco de conformismo e previsibilidade. E é, de resto, essa a mácula do novo opus, um registo competente - como outros na discografia de Mould - mas sem grandes rasgos de renovação de princípios criativos. Ao invés disso, o alinhamento do álbum resvala, aqui e ali, para os terrenos deslizantes do mainstream e segue previsível, e muitas vezes confrangedor, como uma ociosa manobra em piloto automático. E isso são coisas pouco conformes com o seu passado icónico. Mas não deixa de ser curioso escutar Mould na máscara disco de "Shelter Me".

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