terça-feira, 24 de abril de 2007

Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare

7/10
Domino
2007
www.arcticmonkeys.com



Depois de terem assegurado um lugar na história como o mais mediático dos fenómenos musicais a provir do espaço cibernético - lembre-se que estes audazes britânicos tiveram no MySpace o veículo primário de divulgação da sua música e a fonte dos ecos que os trariam, mais tarde, ao primeiro contrato discográfico - os Arctic Monkeys apresentam-se para o segundo acto, engalanados por uma série de galardões com que a indústria discográfica louvou a meteórica ascensão do grupo ao sucesso. Se à responsabilidade dessa escalada rápida juntarmos a expressão comercial do álbum de estreia (foi "apenas" o debute mais vendido da história da música britânica...), percebe-se o quanto poderiam pesar os ombros de Alex Turner e seus pares, na hora de escrever novas canções. Porém, depois de escutar este Favourite Worst Nightmare, parece claro que a banda não acusou essa pressão extra e, com o mesmo propósito quase niilista com que sucessivamente vem rejeitando os requisitos do protagonismo mediático (vejam-se as últimas aparições deles em cerimónias públicas), mostra o desprendimento exibido no primeiro título. O que é o mesmo que dizer que, rejeitando qualquer "obrigação" de maturação (leia-se evolução) do seu som ou dos princípios básicos das canções - apesar de uma ou outra breve sugestão subliminarmente mais experimental - os Arctic Monkeys oferecem-nos mais do mesmo. E, no caso deles, isso é sinónimo de garra, de hedonismo e de compromisso com uma estética que, não sendo facto novo, presta serviço útil na revitalização de um pop-rock britânico menos conformista (nos últimos anos) mas ainda carente de símbolos.

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