terça-feira, 12 de julho de 2005

Whitey - The Light at the End of the Tunnel is a Train

Apreciação final: 7/10
Edição: 1234 Records, Fevereiro 2005
Género: Electroclash/Electrónica/Fusão
Sítio:www.1234records.com








O reputado multi-instrumentalista e produtor britânico Nathan J. Whitey apresenta-se num álbum em nome próprio, depois de se ter dado a conhecer às lides musicais em virtuosas remisturas de Bloc Party, Kyllie Minogue, Soulwax ou New Order. Neste trabalho, fazendo jus à sua condição de artesão dos sete ofícios, o músico assina todas as instrumentalizações e vozes do álbum, compondo um corpo de canções que se repartem em dois tons: por um lado, há um fino travo electro-clash, sublinhado nas primeiras quatro faixas do alinhamento - onde a sedução do rock de garagem, navegando nos graves do baixo, se confunde com a batida metronómica do funk - e, por outro, no resto do disco, um trejeito sonoro mais introspectivo, mais manipulador das virtudes electrónicas e mais contemplativo (com menos fé?). A essa aparente bifurcação, quiçá penalizadora da coesão do registo, se associa uma energia convulsiva e um elemento-surpresa impregnado de infusões da música de dança e do rock, nas mais variadas formas.

The Light at the End of the Tunnel is a Train é um volume discográfico de vistas largas e meneia-se com sensualidade entre as fronteiras de um género musical fresco e criativo, também gerador de impulsos indomáveis cujo resultado óbvio é o irreprimível desejo de bater o pé na cadência das composições de Whitey. E seguir-lhes o embalo dançável que se segura na voz enigmática, às vezes sinistra, do músico britânico. Depois há influências prestigiantes: New Order, Colder, Jesus and Mary Chain, Kraftwerk, Suicide, um cheirinho de Queens of the Stone Age (em "Halfway Gone")...é preciso dizer mais? Um disco (e um artista) a descobrir. Sem rótulos.

Espreite a grafonola para ouvir quatro temas completos deste álbum.

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