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terça-feira, 14 de agosto de 2007

Architecture in Helsinki - Places Like This




Surgindo depois do lançamento de uma versão remisturada do álbum anterior a este (por gente como DAT Politics, DJ Mehdi, Isan ou Hot Chip) que prenunciava um certo desígnio de redimensionamento das electrónicas mínimas do início de carreira para escalas mais ambiciosas, o terceiro registo de originais dos Architecture in Helsinki vem confirmar o propósito expansionista que o octeto (agora sexteto) australiano já tentara no segundo opus. A manobra encerraria sempre o risco de hipotecar parte significativa do charme pop-sinfónico do grupo, ou não fossem precisamente a intimidade e a prudência das texturas as mais-valias primárias do seu som. E se In Case We Die demonstrou ser possível franquear o universo melódico a amplitudes de optimismo mais largo, sem se perder a honestidade da proposta, este Places Like This soa algo forçado nesse intento. A insistência em sublinhados psicadélicos (mimetismo desvirtuado dos Flaming Lips?) menos congruentes do que no passado e, sobretudo, o pendor sistémico das canções para se abeirarem de convenções pop mainstream (o disco chega a trazer à memória os B52's, especialmente na primeira metade) e de um conformismo instrumental não conhecido na banda, são as fendas por onde se somem energias desaproveitadas. Um passo atrás.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Architecture in Helsinki - In Case We Die

Apreciação final: 8/10
Edição: Bar/None, Março 2005
Género: Electrónica Alternativa/Pop Alternativa







Não se deixe enganar pelo nome, os Architecture in Helsinki são um octeto australiano (de Melbourne). Normalmente reconhecidos pela completude invulgar do seu som, especialmente em virtude do recurso a um vasto arsenal de instrumentos - entre eles estão a tuba e o clarinete - os músicos tecem protótipos sónicos que misturam com engenho a orgânica electrónica e o imaginário da pop naïf. Neste In Case We Die, o registo é multidimensional e corta transversalmente uma miríade de influências, resultando numa massa acústica inédita e marcada por oscilações contínuas no alinhamento do disco e variações em frenesi nas faixas. A produção cristalina é o pedestal acertado para a condição vibrante da face instrumental, a que se juntam espectros vocais diversificados (os oito elementos do grupo dão um contributo). Tudo junto, In Case We Die assemelha-se a um ponderado laboratório de experiências sonoras, confirmando os Architecture in Helsinki como artesãos na primeira linha da reinvenção das estruturas da música. A indefinição e o caos do espaço criativo do grupo é, neste caso, o mérito maior do disco.

Versatilidade a rodos, talento à larga e uma noção de liberdade criativa nos limites da sensatez são os condimentos essenciais de In Case We Die. Encaixá-lo no escaparate ordenado de um género musical na loja de discos do quarteirão? Impossível. Ouvi-lo? Obrigatório.