segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Rob Zombie - Educated Horses

Apreciação final: 6/10
Edição: Geffen, Março 2006
Género: Metal Alternativo/Hard Rock
Sítio Oficial: www.robzombie.com








Na ocasião em que se amplia a visibilidade do seu percurso na sétima arte como realizador (o exemplo mais recente foi a fita "The Devil's Rejects"), Rob Zombie apresenta o quarto registo de estúdio. Desde a desagregação do colectivo White Zombie, agrupamento que liderou durante cerca de uma década, Robert Cummings (assim o baptizaram à nascença) seguiu individualmente o mesmo entendimento do hard rock: insinuações góticas, universos capturados dos filmes de terror, excentricidade própria do glam-rock, simbolismo do fantástico e do punk e discurso hedonista. Educated Horses pouco se distancia desse leitmotif, tonificando a guitarra eléctrica como substância primaz, ao jeito anacrónico do hard rock clássico ("Let it All Bleed Out" e "American Witch" ficavam bem no catálogo White Zombie), de acordes abertos, cadências a galope veloz, um ou outro solo técnico e vigor non stop. De permeio, algumas alucinações modernistas e ambientes acústicos, com pianos solitários ou esquemas harmónicos mais demorados, sem desvios do protótipo principal. Talvez pela acção dessas interferências incomuns, não é tão evidente a militância gore que pautou os registos anteriores de Rob Zombie, ainda que se mantenha imaculada a sua aptidão para sondar (e desfrutar) as diversas cambiantes (e parábolas estilísticas) desse universo e as potencialidades da sua transposição para as cordas de uma guitarra. Essa marca distintiva é prosseguida neste Educated Horses com a competência do costume e uma afincada fidelidade às fórmulas harmónicas de sempre, num mosaico extenso de recursos sónicos e voz recurva, combinados com perspicácia.

Não sendo Rob Zombie um artesão particularmente dado à evolução, não estranha que algumas das peças de Educated Horses dêem mostras de semelhança inegável com trechos antecedentes do músico. Corta e cola? Fidelidade a um estilo ou estagnação criativa? Em qualquer dos casos, cinco anos volvidos desde o último lançamento discográfico, a matriz sonora de Rob Zombie está menos equipada com habilidades de estúdio e quilos de distorção, mas guarda o impulso cativador. Os fãs cabeludos do músico é que não acharão muita piada à discrepância pop que se apossou dele e que as presenças ilustres do baixista Tommy Lee (Mötley Crue, Methods of Mayhem) e do baterista Josn Freese (Suicidal Tendencies, A Perfect Circle) não disfarçam. O mestre do macabro envelheceu e no manual de bordo da sua barca do inferno já cabe a palavra pop.

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